quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Avaliando os resultados obtidos com o Gestar

"Há tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que já tem a forma do nosso corpo.Esquecer os caminhos que levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre à margem de nos mesmos."
(Fernando Pessoa)

O mundo está em constante evolução e transformação. Logo, como educadores, devemos estar abertos à mudanças em nossa prática pedagógica para ajustar às novas realidades sócio educativas. Para isso, cada vez mais, se faz necessária a formação continuada do professor.
Nesse sentido, durante as oficinas do Gestar II, pudemos perceber a necessicidade dos professores de abandonar velhos costumes e buscar desenvolver, de forma inovadora, as competências e habilidades de leitura e escrita de seus alunos.
Assim, durante o curso, realizamos várias oficinas que trouxeram diferentes possibilidades de construção e reflexão. Na oficina introdutória, ficou claro a importância do Gestar II para a formação do educador. No estudo sobre projetos,vimos que o trabalho com projetos possibilita despertar nos alunos o interesse em desenvolver temas que fortaleçam o nível de conhecimento e aquisição intelectual. Com a Oficina de Avaliação,através de troca de ideias, fundamentação teórica e reflexão, constatou-se, mais uma vez, que avaliar é impresimdível em qualquer situação de ensino.
Quanto aos estudos dos Cadernos de Teoria e Pártica (TP), foram realizadas seis oficinas que contribuíram para transformar a prática pedagógica, dando ao professor suporte teórico e prático para levar à sala de aula mais dinamismo, interação e significado para o ensino de língua Portuguesa. Assuntos como letramento,estilística, coerência e coesão textual, gêneros e tipologia textual foram especialmente significativos, pois foram tratados de forma simples e direta, contribuindo, portanto, para que pudessem ser aplicados, sem dificuldades, em sala de aula.
Ao analisar os resultados obtidos com esses estudos, posso afirmar que houve um avanço na qualidade da prática pedagógica dos professores cursistas, fato que pode ser observado na atividades realizadas do "Avançando na Pratica" e na roca de experiências durante as oficinas.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

FOTOS E TEXTOS DAS OFICINAS






Relato das Oficinas

Relato das atividades desenvolvidas pela professora formadora Maria Elizete Lazaro Silotti melo nas oficinas de língua portuguesa do programa gestar ii realizadas na Escola-polo CETAB – DIREC 09, em Teixeira de Freitas- BA



Oficina TP 3 unidade 10
Realização: 02/08/2009

Objetivo: caracterizar os gêneros textuais

Súmula da oficina:
A oficina teve início com a leitura e reflexão do texto “classificados poéticos” de Roseana Murray, buscando sensibilização para as atividades da oficina. Após a apresentação do roteiro, todos foram convidados a apreciar vários textos expostos na sala para discutirmos sobre “O que são textos e o que são gêneros textuais”. A discussão teve a participação de todos. Analisamos as características de alguns gêneros, as possibilidades de hibridismo e transmutação de gêneros textuais, segundo as abordagens de Marcuschi e Ingedore Villaça. Em equipe, os cursistas analisaram alguns “avançando na prática” e as sugestões das AAA, avaliando sua aplicabilidade e destacando os pontos interessantes de cada atividade sugerida. Após as análises houve socialização dos trabalhos dos grupos com valiosas contribuições para a melhoria da prática pedagógica. Também foi apresentado o quadro sinóptico sobre tipos e gêneros textuais para uma breve discussão. Ao final da oficina, os cursistas receberam as orientações de como deverão realizar as atividades em sala de aula e o relato que deverão fazer para compor o portfólio. A avaliação da oficina foi positiva, com destaque para participação dos cursistas nas discussões e a troca de experiências de trabalhos já desenvolvidos em sala de aula com gêneros textuais, além do aprofundamento teórico.


Oficina TP 4 unidade 14
Realização: 07/10/2009

Objetivo da oficina: Sistematizar e aprofundar reflexões sobre letramento, vivenciando situações de
Leitura e escrita.

Súmula da oficina:
Após um breve momento de reencontro, em que todos se cumprimentaram, foi dado início à oficina acolhendo os professores/cursistas com a leitura do poema “É preciso ler” e com a apreciação do vídeo “Ler devia ser proibido”, convidando a todos a refletir sobre os textos apresentados. Em seguida às discussões, foi apresentado o objetivo da oficina, o roteiro das atividades da mesma, e entregue o “diário de bordo”, convidando-os a registrar as impressões mais significativas que tiverem durante todo o percurso da oficina.
Na continuidade das atividades, foi solicitado aos cursistas um breve relato de suas experiências com a aplicação da atividade do “Avançando na prática”. Este foi um momento importante de troca de experiência e motivação para a aplicação das atividades sugeridas nos TP e AAA.
Buscando a sensibilização do grupo para as discussões sobre o tema da oficina, foi feita a apreciação musical da composição “Meu caro amigo” de Chico Buarque, cuja compreensão sobre contexto e gênero textual, permitiu estabelecer relação da canção com a proposta de letramento. Ainda buscando sensibilizá-los para a questão do letramento, através de painéis organizados na sala, todos foram convidados a observar a variedade de gêneros textuais presentes no nosso cotidiano e refletir sobre o que se deve ensinar em nossas aulas de leitura. Em seguida, grupos foram formados a partir das cores do papel de impressão desta canção e os cursistas foram orientados a dramatizar situações sócio-comunicativas, como por exemplo, professores preenchendo um formulário de RDV, um aluno fazendo a sua inscrição para o ENEM, duas pessoas no mercado fazendo compras, salientando a competência leitora das personagens envolvidas nos episódios. No momento da socialização, fizeram-se considerações sobre a proposta de letramento, levantando questões sobre o uso da língua. A leitura e breve reflexão do texto de referência oportunizaram aos cursistas uma maior apropriação do tópico em questão. E para que isto fosse devidamente aliado à prática de sala de aula, foram sugeridas atividades dos cadernos AAA e do “Avançando na prática” e a elaboração da atividade didática da página 94 do TP 4 que foi realizada em grupo e em seguida socializada.
Para aprofundamento e melhor esclarecimento sobre o assunto trabalhado na oficina, foi feita uma sistematização pelo formador sobre as diversas situações de letramento que estamos submetidos cotidianamente. Também, foi vista a diferença entre letramento e alfabetização e algumas questões que envolvem a leitura como o processo de letramento, o papel do professor e da escola nesse processo, bem como os objetivos de leitura, conforme aborda Yunes e Magda. Enfim, a sistematização enfatizou os aspectos inerentes e relevantes ao conteúdo trabalhado e chamou atenção para as sugestões bibliográficas constantes no TP, além de outras.
Na avaliação percebeu-se que a compreensão da proposta de letramento que deve ser praticada na escola considerado a função sócio-comunicativa do texto.


Oficina TP 05 unidade18
Realização: 11/11/2009

Objetivo: Compreender a noção de Estilo e como se constrói a coerência nos textos..

Súmula da oficina:
A oficina foi iniciada com a leitura de uma mensagem de acolhimento, impressa e entregue a cada um dos cursistas, intitulada “Um brinde”, da autoria de Effos Meirelles. Foi apresentado o objetivo e o roteiro de planejamento da oficina, passando-se a fazer a sensibilização com uma atividade de estilo e coerência, desenvolvida a partir do texto com o sugestivo título “Como a Imprensa brasileira noticiaria hoje a História de Chapeuzinho Vermelho?” Essa atividade consistiu em identificar em recortes do texto o estilo de cada segmento da imprensa brasileira. Assim esboçada a noção de estilo a partir dos conhecimentos prévios dos professores cursistas, aproveitou-se o ensejo e se fez um breve comentário sobre o conteúdo trabalhado. Para a formação de grupos, foram distribuídos fragmentos de composições musicais dos mais variados estilos, os quais os professores interpretaram e, coletivamente, foram identificando os estilos axé, forró, sertanejo, MPB, pop rock, dentre outros, os quais determinaram a formação dos grupos para assim trabalharem o texto de referência. Em cima desse texto, desenvolveram uma atividade de leitura e síntese de excertos, propondo-se ainda o estabelecimento de uma conexão coerente entre estes, fazendo-se o acréscimo de morfemas e, posteriormente experimentando retirar todos os morfemas, deixando-se apenas os lexemas. Sob o enfoque da coerência textual, analisou-se coletivamente a atividade 4 da página 77, procurando-se observar aspectos a ela relacionados. Também em grupos, foram analisadas as atividades do Avançando na Prática, identificando nelas o objetivo, o conteúdo, a adequação à série, o tópico e os descritores contemplados, e apresentados os resultados para a turma. E como a sistematização foi desenvolvida no decorrer da oficina e os professores cursistas sinalizaram terem compreendido bem o que foi proposto no objetivo em relação ao conteúdo abordado. Então, deu-se lugar à avaliação percebendo-se maior envolvimento e a credibilidade dos professores cursitas em relação à proposta do GESTAR, bem como o seu fragrante desejo de pô-la em prática.


Oficina TP 06 unidade 22
Realização: 11/11/2009 (turno vespertino)

Objetivo: Refletir sobre os tipos de argumentação e identificar estratégias relacionadas ao planejamento de escrita de textos.

Súmula da oficina:
Para direcionamento e dinamicidade, foram apresentados o objetivo e o roteiro das atividades da oficina Em seguida, os cursistas foram convidados a socializar suas experiências na aplicação das atividades dos “Avançando na Prática” do TP 3. Este foi um momento de muita importância, em que pela interação, muitas dúvidas foram dirimidas e apresentadas sugestões para solução de problemas, havendo na troca de experiências um visível crescimento do grupo em relação à prática pedagógica, conforme as propostas do Gestar.
Buscando sensibilizar o grupo para o conteúdo da oficina, foi apresentado, como acolhimento, o texto-mensagem “Palavras”, em slides, e também três imagens para serem apreciadas e analisadas, e após a seleção de uma, construir, coletivamente, um texto publicitário enfatizando a argumentação presente ao tentar convencer o outro a “comprar” o que foi apresentado. Seguindo as atividades, a turma foi dividida em dois grupos para trabalharem com a dinâmica “Você decide” que propiciou, mais uma vez, vivenciarem a tarefa de construção de uma argumentação eficaz ao defenderem seu ponto de vista no grupo. . Essa dinâmica mobilizou os conhecimentos prévios dos cursistas para a leitura do texto de fundamentação teórica, cuja discussão coletiva ancorou nos tipos de argumentação, contemplando dessa forma a primeira parte do conteúdo da oficina. E para tratar da identificação das estratégias relacionadas ao planejamento de escrita de textos, fez-se uma retomada ao texto publicitário produzido sobre a imagem, refletindo, com os cursistas, sobre o seu processo de construção, delimitando questões e inferindo estratégias. Logo depois, grupos foram formados com a distribuição de fichas passando-se a uma atividade de produção textual, a ser desenvolvida a partir da imagem de uma mesma casa em que diferentes interlocutores (conforme o comando para cada grupo) se pronunciaria em um gênero textual diferente. Assim feito, os textos foram socializados de forma a refletir sobre as questões de estilo, argumentação presentes em cada gênero e a forma de planejamento no momento de produção dos grupos. Com observações e comentários de sistematização do conteúdo, fez-se a mobilização para a próxima oficina com a entrega de um texto-mensagem "Declaração de amizade", com a transcrição de fala regional. Finalizando a oficina, deu-se lugar
Na avaliação pude perceber que os professores cursistas consideraram a oficina interessante e produtiva por trabalhar conteúdos pertinentes à sua prática em sala de aula, e demonstraram maior compreensão e domínio do gênero e da forma de relatar as atividades do Avançando na Prática.


Oficina TP 1 – Unidade 02
Realização: 25/11/2009 (turno matutino)

Objetivo:: Discutir as variantes linguísticas: dialetos registros e equívocos.

Súmula da oficina:
Após calorosas boas vindas, iniciamos apresentando o objetivo e o roteiro da oficina e acolhendo os cursistas com a música “Na internet”, de Gilberto Gil, convidando-os a observar o sentido do texto e a situação só cio presente no mesmo. Logo após, para sensibilização, foram apresentados textos de outras variantes linguíticas (“minerês e internetês”) como forma de mobilizar os conhecimentos prévios sobre variação lingüística, questionando o valor sócio-comunicativo de cada um. Na sequência das atividades, foram distribuídas fichas com frases de personagens envolvidos em um episódio de preconceito linguítico para que as relacionassem com seus possíveis emissores. Identificada as falas, foi solicitado que através da analise da situação problema recebida e do papel social de cada personagem, fosse elaborado, individualmente, um texto retratando a fala de cada desta personagem diante do fato apresentado. No momento da socialização dos textos, perceberam-se as variações e as marcas linguíticas que identificava cada personagem. Em seguida, após leitura e comentários de frases de cartazes expostos na sala sobre variantes lingüística, e feita a mobilização dos conhecimentos prévios através de questionamentos sobre como acontece as variações linguíticas e que fatores são responsáveis por elas, seguimos com a fundamentação teórica com leitura e analise de texto “Variação lingüística”. Após o estudo, cada grupo apresentou uma sugestão de atividade (do TP, do AAA), que abordava os tipos de variação estudada no texto, relacionando-as com o tópico equivalente da matriz de referência da Prova Brasil. Fez-se em seguida a sistematização discutindo a classificação das variantes lingüísticas do texto estudado na fundamentação teórica comparando-a ao quadro de Dino Preti. Deu-se então a avaliação da oficina, em que se observou entendimento sobre o tema estudado e a necessidade de valorizar todas as variantes no ensino de língua materna.


Oficina TP 02 unidade 06
Realização: 25/11/2006 (turno vespertino)

Objetivo: Discutir as concepções de gramática, tipo de ensino e análise lingüística.

Súmula da oficina:
A leitura e reflexão do poema “A Criação” em cartão-mensagem marcou o acolhimento para a oficina, cujo objetivo foi explicitado seguidamente com a apresentação do roteiro das atividades planejadas. Para Mobilização dos conhecimentos prévios, foi apresentado um cartaz com o título “Morda Minha Língua” da composição musical interpretada por Eliana Printes, buscando levantar hipótese sobre o tema do texto. Logo em seguida, e ouvindo-se e discutindo versos da música, fez-se um momento de sensibilização, para então serem discutidos os conceitos de gramática, de acordo com cada significado da palavra dado pelos cursistas. Para aprofundamento do assunto, foram distribuídas pequenas fichas com três concepções de gramática (interna, normativa e descritiva) e os seus respectivos tipos de ensino, solicitando que os cursistas as definissem e as relacionassem, para então o formador fazer as inferências e ir acrescentando comentários. Assim feito, passou-se à leitura do texto de Fundamentação teórica e, na sequência, foram distribuídas as questões ligadas ao ensino de gramática, fomentando uma discussão coletiva sobre o que se pretende com o ensino da gramática e sobre o papel da gramática na construção do texto. Para concretizar tudo o que foi estudado, foi proposta aos cursistas a análise de um texto produzido por um aluno de quinta série, sugerindo estratégias de correção, critérios para a reescrita e aspectos mais relevantes em uma produção textual. Essa atividade foi desenvolvida em duplas, com a mediação adequada do formador, e após a socialização da mesma, foi feita a sistematização do conteúdo, propiciando melhor entendimento dos assuntos abordados durante a oficina. Com um jogo rápido de montagem de frase, atividade do TP 2, página 64 e buscando relacioná-la aos conteúdos tratados.
Na avaliação da oficina ficou notório o entendimento de que o trabalho pedagógico do professor não deve ser pautado apenas em um tipo de gramática, mas buscar valorizar os três tipos de forma a contemplar todas as situações de interação lingüística. Compreendeu-se também que o ensino de gramática deve estar aliado ao objetivo do ensino de Língua Portuguesa segundo os PCN: fazer com que o aluno leia e produza textos em quaisquer gêneros de acordo com a situação sócio-cominicativa que estiver inserido.

Ponto a Ponderar: Compreensão de que o ensino dos três tipos de gramática deve estar aliado ao objetivo do ensino de Língua Portuguesa segundo os PCN: fazer com que o aluno produza textos em quaisquer gêneros
Aspecto a ser revisto: O entendimento de que o trabalho pedagógico de professor não deve ser pautado apenas em um tipo de gramática, mas buscar valorizar os três tipos de forma a contemplar todas as situações de interação lingüística.

Relato do Encontro de Formação Gestar Bahia UnB-MEC

Relato da formadora de Língua Portuguesa Maria Elizete Lazaro Silotti Melo, matrícula 112327126, DIREC 09, município de Teixeira de Freitas, BA, referente à participação no curso de formação GESTAR II Bahia-UnB /MEC.

Cheia de expectativa e disposta a enfrentar novos desafios, iniciei minha participação efetiva como professora formadora no Programa de Aprendizagem Escolar - Gestar II, vinculado à Secretaria de Educação da Bahia, com o Curso de formação Gestar II Bahia – UnB/MEC ministrado pela professora Rosa Maria Olimpio, em Salvador, BA, no período de 13 a17 de julho de 2009.
Durante o curso, além da apresentação do programa Gestar II através do estudo do Guia Geral e de outras informações pertinentes ao programa, foram estudados os Cadernos de Teoria e Prática 3, 4, 5 e 6 trazendo aprofundamento teórico, valiosas trocas de experiências e metodologias inovadoras. Vale ressaltar que este foi um momento de muita interação e superação de conflitos, pois foi muito significativa a forma motivadora como foram apresentados os novos desafios a serem enfrentados. Pude perceber que estava diante de uma tarefa grandiosa, importante e acima de tudo necessária para esse novo tempo da educação brasileira.
A segunda etapa do curso aconteceu no período de 03 a 08 /08/2009, quando foram estudados os Cadernos de Teoria e Prática 1 e 2, além de retomadas dos TP 6 e 3 para melhor esclarecimento dos assuntos ali tratados. A formadora conduziu os estudos buscando interação de todos durante as atividades, socializando os trabalhos e apresentando sugestões de estratégias e atividades para facilitar a aplicação dos conteúdos em sala de aula.
Durante as duas etapas do curso de formação, pude perceber que o Programa Gestão da Aprendizagem - Gestar II, ao trazer propostas de estudos buscando conjugar teoria e prática, proporciona um grande avanço na melhoria do ensino de Língua Portuguesa, pois possibilita aprofundamento teórico e oferece ao professor condições de repensar sua prática ampliando a visão do seu papel de professor de Língua Portuguesa.
Pude perceber ainda, que, como educadores, devemos estar abertos às mudanças em nossa prática pedagógica para ajustar à nova realidade social e poder atender as necessidades educacionais de nosso tempo. Enfim, pude vivenciar momentos de troca de experiência, aprender novos conceitos e reconstruir outros tantos e, principalmente, me encantar com a certeza de que podemos contribuir para uma educação de qualidade. proporcionando a professores e alunos ferramentas para transformar as aulas de Língua Portuguesa em momentos de aprendizagem significativa.

domingo, 29 de novembro de 2009

Encontro de formação GESTAR Bahia- UnB/MEC





Filme "Narradores de Javé"

SEQUÊNCIA DIDÁTICA a partir do filme “Narradores de Javé”

Tema: Linguagem oral e escrita e o gênero narrativo no filme “Narradores de Javé”.

Justificativa:

Considerando a necessidade de refletir sobre o uso da língua oral e a língua escrita na construção da história de um povo, serão necessários questionamentos sobre letramento e o gênero narrativo.

Objetivo Geral:

Reconhecer a importância do uso da Língua em suas várias modalidades e gêneros para a construção cultural e histórica de um povo.

Objetivo específico:

Discutir as diferenças entre a linguagem oral e a linguagem escrita;

Valorizar as respeitar a cultura e a oralidade de cada povo ou comunidade;

Enfatizar a importância dos registros escritos na construção da história;

Reconhecer as características do texto narrativo;

Produzir textos narrativos nos gêneros cordel, conto, crônica e mito;

Metodologia:

1° momento (4 aulas)

  1. Levantamento dos conhecimentos prévios através de questionamentos como: o que é um narrador? Qual sua importância na apresentação de uma história? Existe diferença/semelhança entre história contada oralmente e outra contada por escrito?

Qual a importância da escrita para a humanidade?

  1. Apresentação do filme “Os narradores de Javé”.
  2. Discussão, em grupos, sobre o filme apresentado buscando analisar o tema, a linguagem empregada, o contexto sócio-cultural, a problemática abordada, as personagens, o tempo, o espaço, a importância da linguagem oral e escrita no enredo.
  3. Socialização das análises dos grupos.

2° momento: (4 aulas)

  1. Leitura, em grupos, de textos narrativos do livro didático de história, cordel, mito, conto.
  2. Produção de textos individuais.
  3. Socialização dos textos produzidos através de apresentação oral.
  4. Sistematização pelo professor com apresentação de slides contendo as características do texto narrativo e da linguagem oral e da linguagem escrita.
  5. Reescrita em duplas dos textos produzidos e montagem de um mural de textos.

Recursos:

TV pen-drive , filme “Narradores de Javé, textos xerocopiados, livro didático de História, papel flip-chart, pincel, lápis, caneta, cola.

Avaliação:

Envolvimento e interesse na realização das atividades orais e escritas.

Nível de desempenho na produção/reescrita de textos.

Auto-avaliação do processo ensino- aprendizagem

Memorial das minhas leituras

Nasci no dia 05 de junho de 1963. Tempos de grandes conflitos políticos, início de um longo período de ditadura militar no Brasil. Época de mudanças de comportamentos ao som dos Beatles e rock and roll. Nada disso, porém, fazia parte de meu “mundinho” tão distante das grandes cidades com suas efervescências políticas e sociais.

Num pequeno vale entre verdejantes montanhas no município de Itanhém, extremo sul da Bahia, comecei a ler o mundo que me cercava. Dei os primeiros passos, aprendi as primeiras palavras, construí frases, textos... Cresci em meio à natureza e aprendi a ler o mundo através dela, pois escassos eram os livros naquele rincão. Meus pais mal tinham sido alfabetizados e raramente via-se algo escrito em nossa casa e na vizinhança. No entanto, as letras me encantavam. Queria decifrá-las a ponto de aos quatro anos de idade me aproximar perigosamente de uma serpente venenosa (jararaca bico de jaca, como é conhecida naquela região) que passava preguiçosamente pelo quintal, julgando que as manchas coloridas de seu couro fossem letras e que pudessem formar alguma palavra.

Assim, ansiosa por aprender, recebi aos cinco anos a grande notícia do estabelecimento de uma escola na nossa fazenda, pois minha irmã completara sete anos e já era tempo de estudar. Meus pais, embora tivessem pouca escolaridade, sabia a importância da educação e procurou estabelecer em suas terras uma escola municipal que atendesse as crianças da região, além de sua filha. Era uma escolinha multisseriada que atendia desde a alfabetização até ao terceiro ano primário, num único horário e numa única sala. Com poucos recursos disponíveis, a professora leiga dividia seu saber com as crianças quase de forma mágica. Como ela conseguia atender a tantas diferentes necessidades ao mesmo tempo e com tão pouco recursos?!

Clandestina da nave-escola e o Primeiro Grau (Ensino Fundamental)

No dia da inauguração da escola havia festa em nossos corações. Que expectativa! Mamãe comprou lápis coloridos, cadernos, o ABC. Tudo parecia perfeito até descobrir que eu não podia fazer parte daquela nave. Era nova demais (5 anos) e a escola só aceitava crianças acima de 7 anos. Chorei, insisti e acabaram me deixando ficar de forma clandestina, pois pensavam que logo me cansaria da novidade e acabaria por desistir. Então, por não estar matriculada, pouca atenção me era dada quanto às atividades de sala de aula. Entretanto, de longe, observando como os outros aprendiam, ia construindo minhas leituras. Contrariando a todos, não perdia um só dia de aula, mesmo quando estava doente insistia em ir. Fui alfabetizada sem muito acompanhamento, desenvolvi minha capacidade imaginativa e meu raciocínio lógico, mas tive alguns prejuízos no desenvolvimento da minha coordenação motora e algumas dificuldades de ortografia que tem me causado alguns transtornos.

Assim, aprendi a ler o mundo e a ler as palavras. O ABC e a minha primeira Cartilha me ajudaram a desvendar o mistério das letras. Um novo mundo começou a se abrir para mim. Continuei a estudar nessa escolinha até o 3º ano primário. Meu mundo era conhecido, confortável, me sentia segura. No entanto, ao chegar ao 4º ano tudo mudou: fui estudar num grupo escolar em Ibirajá, a vila próxima à fazenda, porque oferecia mais recursos. Como foi difícil encarar o novo! Quantos rostos, quantas vozes... Sentia-me acuada, assustada, insegura. E isso me fez calar por um tempo. Precisei de um ano para me adaptar.

Já adaptada ao novo ambiente, iniciei o Ginásio cheio de expectativa e medo do novo desafio. Porém a insegurança foi desaparecendo à medida que ia adquirindo novos conhecimentos. Como era bom aprender! Sentia-me orgulhosa de mim mesma. Embora a escola não contasse com nenhuma biblioteca, e nem mesmo usasse livros didáticos, eu absorvia o máximo do que era ensinado pelos nossos valorosos professores que, incansáveis, se utilizavam de pequenas estratégias como esquemas, apontamentos, questionários, atividades passadas no quadro de giz ou por ditados que mantínhamos em nossos cadernos como jóias preciosas. Participava, também, das festas escolares que costumava envolver toda a comunidade. Encenação era minha atividade predileta.

Na escola não se falava muito da importância da leitura. Talvez pelo fato de pertencer a uma comunidade rural onde os livros não tinham presença marcante. No entanto, a despeito da escola, aprendi a amar a leitura e não perdia nenhuma oportunidade: gibis, fotonovelas, revistas, livrinhos de faroeste, literatura de cordel, a coleção Sabrina, tudo que me viesse à mão era lido com entusiasmo. Assim fui me aventurando no mundo dos livros. A partir da 8ª série já arriscava vôos mais ousados com Fernão Capelo Gaivota, de Gibram; compreendi o “jogo do contente” com Pollianna Menina e com o Pequeno Príncipe a cativar e me deixar cativar. Também viajei por mundos desconhecidos e ampliei meu “mundinho” com Best Sellers como Aeroporto, um livro enorme que me apresentou o funcionamento de um aeroporto e do sistema de aviação numa história envolvente e cheia de suspense. Imagine o que isso significava para uma menina que sequer tinha visto um avião de perto! Papillon, Inferno na Torre, O Incrível Congresso de Futurologia, A Moça e Seus Problemas são alguns dos livros que, apesar de não me lembrar de seus autores, guardo na memória as suas fascinantes histórias e lhes sou grata porque ajudaram a ampliar meus horizontes, a acreditar que podia ir além da cerca.

Ampliando Horizontes

O Segundo Grau (Ensino Médio) exigiu que eu saísse de Ibirajá em busca de maiores recursos educacionais, já que lá só existia o Primeiro Grau (Ensino Fundamental). Assim,em 1979, mudei-me para Teixeira de Freitas, uma vila próxima, que estava em crescimento acelerado e já oferecia melhores recursos. Fui matriculada no Centro Educacional professor Galvão, e após o 1° ano Básico, fiz o Curso Magistério. Mas como Fernão Capelo Gaivota, não me satisfazia apenas com os peixes da praia, logo busquei o curso Superior. Embora pareça hoje coisa comum, naquela época em que na minha região pouco se falava em faculdade, esse era um salto enorme, e quando passei no vestibular para o Curso de Letras Vernáculas (1983) me senti uma vencedora.

Na faculdade tudo me encantava: Latim, Literatura Portuguesa e Brasileira, e tantos outros conhecimentos. Bebia cada porção com leveza e sabor, embora a faculdade, por se tratar apenas de um núcleo de extensão, não oferecesse grandes porções, pois carecia de recursos básicos como uma biblioteca. Porém, como disse Geraldo Vandré, “quem sabe faz a hora não espera acontecer”, fiz o que me veio à mão para fazer da melhor forma possível, conforme o conselho bíblico. Então aprendi a ler o mundo com maior criticidade. Com Bernardo Guimarães a realidade dura das vidas secas, e com Iracema de Jose de Alencar a doçura e o amor. Aprendi, também, com Capitu a dureza do ciúme e do ódio. Pude navegar por mares distantes com Camões e ainda sorver preciosas taças da poesia de Gonçalves Dias, Fernando Pessoa, Cecília Meireles, Drummond e tantos outros.

Nova fase da minha vida

Após a conclusão do curso de Letras (licenciatura curta), dediquei cinco anos de minha exclusivamente à família. Casei-me em 84 e em 90 já tinha meus três filhos. Esse foi um período de ganhos e percas: ganhei na educação de meus filhos e no afeto dedicado a eles e ao meu marido, as razões da minha vida, mas perdi um pouco o desejo de estudar, de crescer. Estava acomodada a ponto de não me aventurar mais no mundo da leitura e do conhecimento, pois me envolvia tanto com os afazeres domésticos e com as crianças que sequer pagava um livro para ler, senão os de histórias infantis. Percebi que minha luz estava se apagando. Então, 1991, retorno aos meus estudos (plenificação do curso de Letras pela UNEB) em uma turma especial formada pelos egressos do curso de licenciatura curta. No mesmo ano, após concurso público, retorno à regência de classe como professora de Língua Portuguesa de 5ª a 8ª série na Escola Estadual Ângelo Magalhães, na qual estive servindo até julho de 2009.

Os primeiros anos desse período foram difíceis, pois tinha de lidar com a falta de experiência como professora, além de conciliar a faculdade e a minha função de e mãe de três crianças pequenas. Ufa! Foi um desafio e tanto. Não sei com consegui.

O mais incrível é que apesar das noites perdidas, das lágrimas derramadas, dos sacrifícios feitos, sentia-me mais realizada, mais viva, afinal não nasci para ser espectadora da vida. Assim, ao final dessa etapa da faculdade me senti mais uma vez vitoriosa. Conheci mais de Paulo Freire e de sua Pedagogia da Autonomia, estudei pela primeira vez Lingüística e pude perceber a importância dessa ciência para minha prática em sala de aula como professora de língua materna; questionei o ensino da gramática com Perine, Magda Soares, Geraldi e tantos outros. Acredito que tenha contribuído com o ensino de Língua Portuguesa, pois sempre busquei aplicar o que aprendia com esses mestres.

Este foi um período muito significativo de minha vida, porque percebi que minha força e minhas vitórias vinham do Senhor. Então desejei conhecê-Lo melhor através da leitura da Bíblia e de livros cristãos. Afinal conhecer a Deus e a Sua vontade deve ser a prioridade de todo ser humano. Como eu poderia dedicar tanto tempo aos estudos de mestres humanos e ter tão pouco conhecimento do Mestre Jesus?!

Aprendi a confiar no Senhor e a amá-lo cada vez mais. A Bíblia passou a fazer parte de minhas leituras de forma mais efetiva e sinto que, além do crescimento intelectual, estou crescendo espiritualmente e isto me faz sentir mais plenamente realizada.

Em relação ao anos que fui professora de Ensino Fundamental, precisei enfrentar muitos conflitos; houve momentos de frustração, mas principalmente de superação e alegria pelo carinho recebido de meus alunos. Marquei, certamente, a vida deles (espero que de forma positiva), mas também suas marcas ficaram em mim, pois quem ensina também aprende, e eu aprendi muito com eles.

Busquei sempre aprimorar minha prática pedagógica através de leituras, curso de formação continuada e encontros que proporcionavam crescimento profissional. Em 2004 conclui o Curso de Pós- Graduação Lato-Sensu em Administração Educacional e em 2007, o de Literatura Brasileira.

Nos últimos dois anos, buscando novas experiências profissionais, assumi a vice-direção da escola em que fui professora por mais de 18 anos e, agora, no segundo semestre de 2009, aceitando participar do Projeto GESTAR como professora-formadora, desejo ampliar meus conhecimentos e contribuir para o desenvolvimento da Educação Brasileira neste tempo de tantas mudanças e de tão grandes desafios.